E assim foi nossa natação em Santiago
Sim, a nossa natação é a melhor do continente. Sim, levamos um timaço para a piscina do Estádio Nacional Julio Martinez Pradanos. Porém, há muito o que melhorar até mesmo na América do Sul. É assim que resumo a campanha da nossa equipe de natação nos Jogos Sulamericanos da ODESUR, que começaram sexta-feira e cuja natação encerrou-se hoje.
No final das contas e no balanço das horas, 18 ouros e uma campanha espetacular. Como gosto de destacar primeiro as damas, destaco duas das que sem dúvida, podem e devem nos dar inúmeras alegrias: a "queijinho de Minas" Larissa Martins Oliveira, e Gracielle Hermann, nossa "Gracielo". Nos 100 metros livre, Larissa e Gracielle nos deram uma dobradinha de ouro e prata, com direito a recorde de campeonato para a juizforana: 55.70. Sei que no MARIA LENK ela tem tudo, mas tudo mesmo, para pegar um 55 baixo, pelo menos.
Mas Gracielle queria, sim, mostrar que na América do Sul, não há ninguém que possa superar sua dobradinha com a "amiga-rival" Alessandra Marchioro. 25.26 para a loirinha gaúcha do União, 25:43 para a morena paranaense do Botafogo, ambos os tempos entre os 15 melhores do mundo este ano. Já Alê iguala o tempo do vice-campeonato do Open.
Outra dobradinha a ser valorizada - apesar de ser prata e bronze - foi nos 100 costas, entre Etiene Medeiros (SESI, 1:02.89) e Nathalia de Luccas (Corinthians, 1:02.92). As duas lideraram e disputaram o ouro por 85% da prova, mas acabaram superadas no finzinho pela colombiana Carolina Colorado Henao (1:02.56), que já tinha sido campeã nos 200 costas. Mas, como Cláudia Leitte diz, as duas levantarão, sacudirão e balançarão no Ibirapuera.
Já nos 200 peito, podemos dizer que, sim, Pamela Souza é a melhor peitista do Brasil atualmente, inclusive batendo recorde de campeonato: 2:31.02. Julia Sebastian (ARG) foi desclassificada na prova, mas compensou com os 100 peito. Ah, essa argentina vai aprontar muito no Lenk...
Agora, falemos dos meninos, quase perfeitos. A começar por Leonardo, o de Deus. 28 décimos o separaram da barreira dos 2 minutos abaixo nos 200 costas. Nos 200 borboleta, 1:57.84. E a fase fenomenal do corintiano continua. Thiago Pereira não fica nada atrás. Nos 200 medley, sexto tempo do mundo em 2014 com 2:00.09, e nos 400, 4:23.15. Ele ainda ajudou nosso revezamento 4 x 200 livre a acabar com o jejum e finalmente superar a Venezuela.
Nos 50 livre, ganha um doce quem adivinhar o medalhista de ouro. Dica: é noivo de uma ex-nadadora loirinha (e fã do site)... Bem, a fase de Bruno Fratus está es-pe-ta-cu-lar. Depois da operação no ombro, ninguém segura o homem. Ele quase superou a marca dos 21 alto (quem sabe em Sampa, mês que vem...), conseguindo ouro com 22.40 (piorando um pouco o tempo das eliminatórias, 22.12). Mas quem liga? O que importa é que o duelo Bruno x Cielo tá mais do que garantido, e será agora um duelo Pinheiros x Minas.
Mas, deixei o melhor - melhor mesmo - para o final. Matheus Santana (Unisanta) não tomou nenhum conhecimento das feras que ao seu lado nadavam (uma delas, Albert Subirats, o venezuelano favoritaço da prova) e ainda chegou perto do recorde mundial júnior nos 100 livre (48.92). Seus 49.13 não só são o novo recorde do campeonato como também o oitavo tempo no ano. E ele tem tudo para melhorar no Lenk.
Bem, tivemos outras grandes feras com bons resultados, como Thiago Simon, Nicholas Oliveira, Lucas Kanieski, Daynara de Paula, Juliana Marin, Fernando Silva... É, não fizemos feio. Agora é só treinar pesado e se preparar para o próximo desafio: o Maria Lenk do mês que vem. Quem sabe grandes surpresas aparecem!
Valeu, Brasil!
FLÁVIO BARBOSA (precisa que eu fale da Andreína? - a foto é do Satiro Sodré, as informações do Best Swimming)