GIRO GERAL 2: Parapan-pacífico e Mundial Master
Semana passada, dois eventos "alternativos" atraíram a atenção da Nação aquática: o Parapan-Pacífico, ocorrido na piscina do Rose Bowl, em Pasadena, California (EUA), e o Mundial Master, em Montreal (CAN). E o Brasil se saiu muito bem nos dois certames. Vejamos:
MUNDIAL MASTER - Cerca de nove mil veteranos atletas se reuniram em Montreal para o Mundial Masters, que foi o último nas regras atuais, vez que para o ano, o evento, bianual, ocorrerá uma semana depois do Mundial de Esportes Aquáticos, ou seja, pro ano teremos mais, na mesma Kazan (RUS) do Mundial. Neste ano, o Brasil se saiu muito bem, pegando pódio em quase todas as provas. A começar pela italiana naturalizada brasileira Nóra Ronai, de 90 anos, apresentada assim por Mayra Siqueira: "fugida da Itália na década de 40 para escapar do nazismo, e que encontrou na natação paz de espírito aos 69 anos. E que, com nove décadas de histórias a contar, conquistou sete medalhas de ouro em Montreal". Mais do que isso: tornou-se a primeira nadadora, na sua faixa etária, a completar os 200 borboleta, com 8:52.22 (parciais de 1:55.05, 2:24.13, 2:31.25 e 2:01.80). Assim, sem pressa. Foi a grande atração do certame. Outro destaque foi Marcus Mattioli, que perdeu e ganhou os 200 livre na categoria 50-54. Após fazer 1:59.56, a FINA o desqualificou porque Mattioli, da SP Masters, nadou com três fitas fisioterápicas nas costas (o máximo eram duas). Mas Mattioli subiu nas tamancas, protestou (disse que era responsabilidade do controle e muita gente o fizera) e novamente teve a vitória confirmada. Outro grande nome foi Djan Madruga (foto acima), vencedor nos 50 e 100 costas, comprovando que, mesmo com os 56 anos, ainda tem fôlego de sobra.
PARAPAN PACS - Se quiser falar de natação paralímpica brasileira, fale de Daniel Dias. Simplesmente ele deixou a sua marca na California, com dois recordes mundiais em duas provas de 50 metros: 33.98 no Borboleta, 31.94 no livre. Além disso, esteve no revezamento 4×50 livre misto com Joana Silva, Ronystony Silva e Susana Schnanrdorf, que triturou o novo melhor tempo mundial, com 2:33.23. Outros excelentes resultados foram as dobradinhas brasileiras nos 100 livre: uma no S5, com o ouro de Daniel Dias (1:13.23) e o bronze do veterano Clodoaldo Silva (1:22.82), e outra no S6, com Talisson Glock vitoriso com 1:11.30, seguido logo depois por Adriano de Lima (1:13.30) - para quem quiser entender o que são essas categorias, clique aqui. Esses e outros resultados dos Parapan Pacs você confere aqui. Terminamos com 24 outros, 11 pratas e 10 bronzes (45 medalhas ao todo). E aí, me pergunto: quando os, vá lá, "normais" vão chegar ao nível classe A - mas com pouco apoio - da natação paralímpica brasileira?
FLÁVIO BARBOSA (ainda arrumando a casa - informações do Best Swimming, de Mayra Siqueira e da Globo.com)