GIRO GERAL: Aqui, ali e lá
Nação, hoje é segunda-feira. E depois de muuuuuito tempo (e pela falta dele), é hora de mais um GIRO GERAL, destacando grandes fatos das águas aqui e lá fora. E destacaremos um empate histórico na maratona aquática, a natação nos Jogos Asiáticos e estreia vitoriosa de brasileira lá fora. Vamos?
ARIGATÔ - Já começaram, em Incheon, na Coreia do Sul, os Jogos Asiáticos, que nem precisam de muita explicação: são as olimpíadas do maior continente do mundo. E, como todo evento multi-desportivo, a natação sempre se faz presente. E nem preciso dizer que Japão e China estão dominando geral nas provas, né? Nestes dois dias, destaco uma intensa disputa entre três lendas vivas nos 200 livre masculino: Kosuke Hagino (JAP), Sun Yang (CHI) e Tae Hwan Park (COR), que, inclusive, dá nome ao parque aquático onde acontece o evento em questão. Depois de trocas intensas de liderança entre Yang e Park nos primeiros 150 metros, eis que Hagino veio de uma diferença de um segundo para surpreender os dois na piscina final. Os três terminaram com 1:45, mas Hagino ganhou com 23 centésimos; Yang, que não vai disputar o restante das provas por problema na mão, foi o segundo com 28 e Park, o terceiro, com 85. Só Thomas Fraser Holmes (AUS), com 1:45.08, teve tempo melhor do que eles neste ano. Além disso, tivemos zebra nos 100 peito delas. Todos esperavam vitória fácil de Kanako Watanabe (JAP), que vinha com o segundo melhor tempo do mundo com os 1:05.88 do Open Japonês. Mas, na reta final, ela foi surpreendida pela chinesa Shi Jinglin, que fez 1:06.67, contra 1:06.80 de Kanako. Já no segundo dia, ele de novo, Kosuke Hagino, nos 200 medley deles, voou para bater recorde asiático com 1:55.34, quarto melhor tempo ever da prova, seu melhor tempo pessoal e, obviamente, melhor tempo do ano. O Japão está na frente na natação com 7 ouros. A China, em segundo, com 5. A natação nos Asiáticos vai até sexta-feira. Mas não duvido que até lá tenha tempo forte atrás de tempo forte.
ÓTIMA ESTREIA - O distinto sabe o que é Dual Meet? Bom, este evento, tradicional na natação universitária norte-americana, consiste de um torneio amistoso entre duas instituições. Consiste de um Pentathlon, ou seja, cinco provas de 100 jardas (91,44 metros), das quatro especialidades e medley. O total destes eventos determina os posicionamentos e os três melhores de cada instituição levam ponto (12-11-10-9-8-7), e logo depois, há provas de 50 jardas (45,72 metros) dos quatro estilos e mais uma 500 (457,20 metros) jardas medley. E mais: não tem traje tecnológico, ou seja, a competição é de sunga e maiô, tradicional, à moda antiga. E um desses Dual Meets aconteceu sexta passada, no Aztec Aquaplex, parque aquático da San Diego State University, envolvendo os Aztecs contra os Toreros, da University of San Diego, um duelo local. Vitória dos Aztecs, por 33 x 24, com o título individual sendo da sueca Frida Berggren, com 4:54.30. E teve toque brasileiro na vitória da SDSU: Cecília Zuppo Zaccarelli (Pinheiros/SDSU - foto acima), terminou num ótimo oitavo lugar no Pentathlon, com 5:08.31, e ainda venceu as provas de 100 peito (1:05.18) e 50 peito, com 30.76, por sinal, o sétimo melhor da Aztec Aquaplex. "Gostei das minhas provas de peito, considerando que nadamos de maiô e com intervalo de 5 a 10 minutos entre cada prova. E mesmo não tendo muita noção dos tempos em jardas! Às outras provas, ainda estou me adaptando porque não tenho uma ondulação boa, e em jardas precisa muito! Mas estou trabalhando nisso", disse Cecília ao Famila. Considerando um bom começo, sinto que vem coisa boa dessa menina na NCAA!
NUNCA ANTES NA HISTÓRIA DESSE PAÍS... - Empate triplo, você já viu? Empates entre dois nadadores são assaz comuns nos esportes aquáticos, mas empate triplo é tão raro, mas aconteceu! E logo na etapa de Brasília do Campeonato Brasileiro de Águas Abertas, com os T-R-Ê-S M-E-L-H-O-R-E-S nadadores do país: Samuel de Bona (GNU), Diogo Villarinho (Minas) e Allan do Carmo (ACEB). Os três nadaram totalmente juntos durante a disputa no Clube Naval de Brasília, não abrindo espaço para distâncias entre eles. Resultado: os três chegaram juntos. Não deu para saber o tempo de ambos porque a CBDAWEB não ajudou, mas o empate tríplice foi comemorado principalmente por De Bona, que falou à CBDA: "Foi uma prova forte. Comecei me sentindo mal na disputa, mas fui melhorando com o passar do tempo. A gente tentava tomar a dianteira, mas ninguém conseguia disparar o suficiente. Os três estão meio pesados, mas ninguém quer deixar fácil para o outro e isso tornou a briga muito boa. As provas masculinas estão crescendo em resultados para o Brasil. Um vai puxando o outro e a molecada que vem atrás também quer chegar junto e isso só faz o esporte crescer. Que bom! Do contrário não teria graça". Com isso, Allan segue na liderança, ele que também lidera o circuito mundial. Falando nisso, adivinha quem ganhou a prova no feminino? Sim, ela mesma, Ana Marcela Cunha (SESI), quase campeã mundial de 2014, com 2:04:36, seguida de perto pelas unionistas Bettina Lorschetter (2:11:06) e Gabriela Ferreira (2:11:08). Líder no feminino (óbvio), Ana aproveitou para falar qual é o segredo para a boa fase, visto que ela, recentemente, quebrou o recorde feminino da travessia Capri-Napoli, com 6:24:47: "porque não tinha o Campeonato Mundial, que é a competição que a gente foca, conseguimos fazer um planejamento e fazer o treinamento em altitude numa época boa. Cumprimos todas as fases de treinamento para todas as competições. A gente resolveu fazer essa prova porque era um desafio diferente. Pensando no Mundial do ano que vem já foi um bom treino. Apesar de estar um pouco cansada, consegui cumprir os objetivos e agora é descansar para viajar pra China daqui a 15 dias", disse, lembrando que a próxima parada dos brasileiros rumo ao título do Circuito Mundial é Hangzou (CHI), onde rola a sétima etapa, no dia 12, seguida pela derradeira, em Hong Kong, dia 18. É, parece que diante de tantas tristezas no esporte brasileiro, ela está levantando nosso moral!
FLÁVIO BARBOSA (Ana pra presidente! - informações do Best Swimming, Blog da Swim Brasil, GoAztecs.com, CBDA e de Cecília Zuppo Zaccarelli, a quem também agradecemos a cessão da foto de Bob Lin, a outra foto é da CBDA)