Não mexa com elas!

15/08/2014 10:21

É impossível não dizer que elas são lindas, e que atraem a atenção por onde passam. Mas as dez meninas que vão defender as nossas cores neste mês de Agosto (sendo seis no Pan Pacífico de Gold Coast, AUS, na foto de cima, e quatro nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Nanjing, na China, na foto de baixo) querem mostrar que não estão lá só por serem um corpinho bonito na natação, mas para mostrarem que os tempos mudaram na natação feminina brasileira.

Em 1996, nadadoras reclamaram à CBDA pela pouca valorização de seus resultados, com direito a camisetas escritas: "poucos centésimos afogaram nosso sonho, será que vai ser sempre assim?". Parece que, só agora, 18 anos depois, está acontecendo certa melhora com a natação feminina do país. Digo certa porque, mesmo com o bom quarto lugar de Etiene Medeiros (SESI) nos 50 costas do Mundial de Barcelona, ainda estamos acostumados a ver as nossas nadadoras só ficando entre o décimo e o quadragésimo lugar nos resultados finais. Por isso, um novo programa foi feito com a intenção de melhorar os resultados das nossas meninas, liderado pelo técnico do SESI, Fernando Vanzella.

Para vocês terem uma ideia, Flávia Delaroli e Fabíola Molina foram as únicas brasileiras a terem saído com medalhas (de bronze) nos Pan Pacs, nos 50 livre e 50 costas, em 2006 e 2010, respectivamente. Agora, Daynara de Paula (SESI), Ana Carla Carvalho (Pinheiros), Alessandra Marchioro (COES/Botafogo), Carolina Bergamaschi (Minas), Graciele Herrmann (GNU) e Etiene Medeiros - pela ordem da foto - tem tudo para fazer história no evento.

A otimista Carol Bergamaschi - em sua primeira experiência na seleção absoluta - falou o que sentia à CBDA: "É a minha primeira vez na equipe adulta, acompanho o que as adversárias vem fazendo, e estou focada nos tempos, sempre buscando melhorar. Sem esquecer que logo após o Pan-Pac tem o Troféu José Finkel, em Guaratinguetá, que é seletiva para o Mundial de Piscina Curta em Doha". Já Vanzella falou do objetivo dos Pan Pacs, visto que a seleção australiana é praticamente imbatível e é quase impossível ver um ouro no peito das nossas meninas: "O objetivo é que todas as meninas possam abaixar seus tempos pessoais e buscarem resultados, seja uma final, ou até mesmo, uma medalha. Mas tudo isto dentro de um trabalho voltado para os Jogos Rio-2016".

Um pouco mais acima, na China, as Olimpíadas da Juventude começam neste domingo. Giovanna Diamante (SESI), Viviane Jungblut (GNU), Natalia de Luccas (Corinthians) e Bruna Primati (SESI) vem de bons resultados nos Multinations que participaram. Primati, por exemplo, ganhou várias vezes nos 400 livre. Mas a competição é outra. Ela estará nos 400 e 800 livre e nos 200 medley. "O foco é o 800. O que acontece com o 400 medley é que a ordem de provas não facilita. As duas provas são na mesma etapa, com o 50 livre no meio. Para fazer uma das duas com qualidade, tinha que escolher. Ano passado eu estava escolhendo o 400 medley, e esse ano por causa de Nanjing escolhi o 800. Como eu treino fundo, a gente só treina crawl. Mas como tem muita resistência, se eu nadar o 400 medley sai bem também", disse Bruninha à Beatriz Nantes, no Blog da Swim Brasil.

Sabemos que a natação australiana, em Gold Coast, e a chinesa, em Nanjing, é mais forte do que já é com a força da torcida da casa. Mas, diante dos bons resultados das nossas gurias, podemos dizer que uma dessas garotas (ou algumas que ficaram aqui, como Gabrielle Roncatto) pode ser o nosso maior nome na natação feminina. Então, que se deixe claro: elas são belas, mas também são feras! Vamos, garotas!

FLÁVIO BARBOSA (só Patrícia Angélica falaria melhor isso do que eu - informações da CBDA, do Blog da Swim Brasil, fotos de Satiro Sodré e do Facebook da Natalia de Luccas)