RAIA RÁPIDA: Tudo nosso!
E enfim o Brasil consegue abocanhar o Desafio Raia Rápida, na Mais Bela Piscina do Mundo, a do Botafogo, no Rio! O esquadrão formado por Guilherme Guido (Pinheiros - costas), Felipe França (Corinthians - peito), Nicholas dos Santos (Unisanta - borboleta) e Matheus Santana (Unisanta - livre) conseguiu levar o Brasil a duas vitórias individuais (peito e borboleta), com resultados impressionantes, e de quebra conseguiu o melhor tempo do mundo no 4 x 50 medley da história, sendo pela primeira vez campeã com 15 pontos. A segunda colocação ficou com os Estados Unidos de David Plummer, Mike Alexandrov, Eugene Godsoe e Anthony Ervin, com 11. A África do Sul de Gehard Zandberg, Cameron van der Bergh, Giulio Zorzi e Roland Schoeman ficou em terceiro com 9. Já a pobre formação da Austrália, de Daniel Arnamnart, James Stacey, Jayden Hadler e Kurt Herzog só conseguiu um mísero ponto, dando saudades daquele revezamento espetacular que lhe deu a taça no ano passado.
Duas escorregadas definiram os finalistas no 50 costas. Arnamnart na primeira rodada e Plummer na segunda vacilaram e saíram com as mãos abanando. Na final, Zandberg e Guido fizeram uma disputa intensa, saindo vencedor o sul-africano com 25.00. Aliás, ele venceu todas as baterias e Guido cresceu durante as provas, terminando com um ótimo 25.12. Nos 50 peito nada de surpresas: a disputa final seria mesmo entre Felipe França e Cameron Van Der Burgh, sobrando para James na primeira bateria e Alexandrov na segunda. França nadou na estratégia, atrás de Cameron nas primeiras baterias. Mas na final, pôs pra fora o que sabia e conseguiu seu melhor tempo do ano em piscina longa: 27.21. O nadador de Cristo tá com tudo. Imagina em Doha.
No borboleta, não podia dar outro que não Nicholas dos Santos. Zorzi (improvisado no borboleta, já que é nadador de peito) e Hadler abriram espaço nas primeiras baterias para seu duelo com Eugene Godsoe. Mas, na final, o americano não foi páreo: 22.97 e o bicampeonato no Raia Rápida, o único até agora. E o terceiro melhor tempo do mundo, atrás somente de Andrey Govorov (22.87) e Ben Proud (22.91). No livre, Matheus Santana, mesmo com o pedigree alto de não ser mais uma promessa, apenas foi lá para aprender. Ele sabia que os finalistas e favoritos seriam Ervin e Schoeman, mas pelo menos foi até a segunda rodada (o eliminado da primeira foi Kurt Herzog). Na final, Schoeman começou bem, mas Ervin mostrou porque quis voltar: bom final e 21.92.
Na hora do revezamento, o Brasil mostrou a força que tem essa geração. Se no nado costas, Zandberg e Plummer, recuperado da escorregada fatal, tocaram antes de Guido, a partir do nado peito, não teve como segurar a experiência e estratégia de Felipe França. Nicholas recebeu para administrar e entregar a um Matheus Santana confiante de que "se eu receber na frente, o Brasil é campeão", como disse ao Best Swimming na coletiva. Mesmo com os americanos encostando perigosamente, foi só o carioca administrar a vantagem para dar ao Brasil o primeiro título do Raia Rápida, com o melhor tempo da história do 4 x 50 medley: 1:37.60, melhor que os 1:38.23 da Austrália no ano passado. Aos americanos, restou o vice-campeonato, após 1:37.75. A Africa do Sul foi terceira com 1:39.15 e a Austrália (pois é) fez 1:42.29. Sinal dos tempos?
Depois, foi só festa e carnaval no Mourisco. Afinal, o Raia Rápida já ganhou importância mundial. Boa, garotos!
FLÁVIO BARBOSA (mas quando é o feminino? - informações do Best Swimming e do Blog da Swim Brasil - foto de Satiro Sodré)