TROFÉU JOSÉ FINKEL: E não foi o que se esperava...

03/09/2014 17:46

O Brasil esperava. O mundo esperava. O Itaguará Country Club esperava que ELE (César Cielo - Minas), quem sabe, batesse o recorde sul-americano de piscina curta nos 50 livre, no TROFÉU JOSÉ FINKEL. Não foi o que aconteceu. Por uma série de fatores (chegada mal-feita, virada não perfeita), ele piorou o seu tempo feito pela manhã e conseguiu 20.72 - pela manhã, ele fizera 20.68. Podemos dizer que Cielo venceu, mas não convenceu. Mas, antes que você, amável leitor, diga: "ah, Flávio, mas você vai meter o pau nele sem razão, vai só falar mal dele, que ele é ruim, o que ele não é, etc", lhes digo que Cesão foi o ÚNICO ATLETA no mundo a nadar abaixo dos 21 nesta prova em piscina curta e este foi só o segundo melhor resultado no ano nesta prova - também em piscina curta. E ele está, junto com Bruno Fratus (Pinheiros), classificado para o Mundial de Piscina Curta em Doha. Logo, ELE ainda merece nossos aplausos pelo que fez. O segundo colocado foi Ítalo Manzine (Minas), mas por UM RELES DÉCIMO, 21.42, ele não irá para o Mundial. E ainda há a possibilidade de Fratus (que fez 21.46 e chegou em terceiro) não competir em Doha, para se poupar.

"Foi uma prova parecida com a que fiz de manhã. Está difícil fazer uma virada agressiva com a parede sem a placa. Está dando um pouquinho de medo escorregar. Isso acaba prejudicando a nossa velocidade de virada. Mas o 20.68 de hoje cedo foi um tempo bem bacana. Agora é terminar a competição bem e as provas que faltam (os 50 borboleta e os 100 livre) e começar a pensar no Mundial", justificou o nosso campeão. Mas, cremos, não vai faltar oportunidade para o Recorde Mundial. Mas deixou um gosto de quero mais para quem lotou o Itaguará Country Club e neste repórter.

UMA SURPRESA VINDA DE JUIZ DE FORA
Não há dúvidas de que um dos grandes nomes desta competição é Etiene Medeiros (SESI). Faltou muito pouco para que a pernambucana vencesse Femke Heemskerk (Minas) nos 50 livre, que venceu a prova com 23.99. Mas, com o tempo de 24.15, terceiro do mundo no ano, Etiene conseguiu não só o seu terceiro índice para Doha como o recorde sul-americano na prova. "Eu estou na minha melhor fase e estou aproveitando. Este é o momento de sorrir a cada dia mais e agradecer também. Quando a gente está na boa e na ruim, agradece também. Não tenho palavras para agradecer pelo que estou passando e vivo este bom momento, literalmente", disse a pernambucana.

Mas quem esperava Graciele Hermann (GNU) lhe fazendo companhia foi surpreendido novamente: Larissa Martins Oliveira (Pinheiros), que batera na trave de manhã, conseguiu a segunda vaga com 24.41. A juizforana comemorou: "eu esperava esse bom resultado porque na curta eu tenho uma facilidade por causa do submerso. Vim realmente para o índice e este foi meu primeiro individual (ela já se garantira na segunda, com o revezamento 4 x 200 livre feminino). Na verdade, quando nadei os 200 livre eu esperava ter sido um pouquinho melhor, mas eu saí satisfeita porque foi o meu melhor tempo. Por isso vim aqui motivada para nadar os 50 livre com muito mais raça".

O PODER DA NOVA GERAÇÃO
Não houve índices mesmo para os 400 medley feminino. Era difícil que uma nadadora brasileira alcançasse os 4:34.67. Ainda mais com a ótima fase das nadadoras sul-americanas. Hoje, deu zebra: a vitória ficou com a equatoriana Samantha Arévalos (Fluminense), quando todos esperavam mais uma grande apresentação da argentina Florencia Perotti (GNU). Samantha fez 4:39.82 e Perotti, 4:39.20. Mas hoje foi confirmado que Gabrielle Roncatto (Pinheiros) tem tudo para reverter este quadro nos próximos anos. Hoje, Gabi venceu seu primeiro título brasileiro absoluto, chegando em terceiro lugar na prova com 4:42.18.

Já no masculino, mais uma vez deu Thiago Simon (Corinthians), em fase espetacular: 4:06.38 e mais um índice para Doha. Mas o segundo colocado veio também da nova geração: é Brandonn Pierry Almeida (Corinthians), que fez 4:10.59 e pode ser um grande nome para os próximos mundiais.

Outra menina a qual temos que prestar atenção é Carolina Bilich (Minas). Na série mais nobre dos 800 livre feminino, ela ficou há pouco do bi-campeonato, mas se cansou no final e deixou que Arévalos (sempre ela) chegasse para vencer a sua terceira prova, com 8:29.84. Bilich ficou com o título brasileiro, depois de fazer 8:30.12. E a vice-campeã brasileira é Bruna Primati (SESI), que fez 8:35.85, um ótimo tempo também. O índice, também difícil de ser alcançado, foi 8:22.96.

RECORDES E VACILOS
Hoje, nos revezamentos 4 x 200 livre, mais dois recordes sul-americanos saíram. No masculino, Gabriel Ogawa, Henrique Rodrigues, Leonardo Santos e João de Lucca fizeram 7:01.93, com um final de prova espetacular de João. O Corinthians, de Leonardo de Deus, Fernando Ernesto, João Veras e Thiago Simon, chegou a encostar, mas ficou com a prata, 7:02.45.

No feminino, o Minas venceu, mais uma vez ajudado por Femke Heemskerk e Carolina Bilich. O time, que também teve Manuella Lyrio e Andressa Cholodvskis, fez 7:52.49. Pelo fato de haver uma holandesa no time, o recorde sul-americano seria do SESI, de Jéssica Cavalheiro, Giovanna Diamante, Sabrina Todão e Bruna Primati, que chegou em segundo com 7:56.19. S-e-r-i-a. Na transição entre Giovanna e Sabrina, ela acabou entrando na água antes que Giovanna completasse a sua participação. Resultado: SESI desclassificado, Pinheiros herdando o recorde. Larissa Oliveira, Gabi Roncatto, Aline Rodrigues e Daniele Paoli fizeram 7:58.84.

A MÁQUINA ENGRENOU MESMO
Parece que não tem mais como o Minas perder este Finkel. Com os bons resultados de hoje a gente pode dizer que a Máquina vai girar pela quarta vez com a taça nas mãos. Vejamos o placar:

E, com 18 índices conseguidos, o evento tá acima do que eu confesso que esperava. Amanhã, teremos os 200 borboleta, 100 peito, 50 costas e os 800 livre deles. Já passamos da metade do Finkel. Grandes coisas ainda estão por vir!

FLÁVIO BARBOSA (alô, alô, CBDA, vamos mudar isso aí - informações do Best Swimming, do Blog da Swim Brasil e da CBDA)