TROFÉU JOSÉ FINKEL: Avassaladora!!
Não tem jeito: a melhor nadadora do Brasil atualmente é Etiene Medeiros (SESI). E hoje foi comprovado isso. Nas quatro provas individuais que disputou no TROFÉU JOSÉ FINKEL, quais sejam, os 100 costas, 100 borboleta, 50 livre e, hoje, os 50 costas, ela conseguiu simplesmente TODOS os índices estipulados para o Mundial de Doha. E três recordes sul-americanos. Sem dúvida, o Itaguará Country Club viu um grande show da pernambucana. Hoje, não foi diferente.
Na prova em questão, ela simplesmente conseguiu não só melhorar o tempo que fizera de manhã, ou seja, 26.58, como também, com os 26.41 que agora conseguiu, bater de novo seu Recorde Sul-Americano e simplesmente obter o SEGUNDO MELHOR TEMPO DO MUNDO nos 50 costas em piscina curta. Só quem está à frente dela com 26.10 é uma nadadora lá da Hungria que nada muito "mal", uma tal de Katinka Hosszu, conhecem??
Perguntada pelo SporTV se poderia ser chamada de "mulher maravilha" ou "rainha" do Finkel, mostrando humildade, ela rechaçou os apelidos: "eu prefiro ser a Etiene Medeiros. Estou colhendo o que a gente realmente vem plantando. E estou muito feliz. Acho que por ter ganho as quatro provas, foi bastante importante. Este era nosso objetivo", disse Etiene, que diz adorar nadar os 50 costas: "nesta prova eu me divirto. É uma prova que realmente eu gosto de nadar, sendo muito prazerosa, tanto nos resultados quanto nos desafios que estou tendo. Estou cansada, mas a cada competição que nado estou sendo mais experiente, estou ganhando muita coisa boa e amadurecendo bastante. De dois anos para cá consegui amadurecer muito e estou me tornando uma pessoa não só boa na piscina e fora também. Estou adorando este espírito do que está acontecendo comigo", concluiu sorridente Eti.
Outra que se deu bem nesta prova foi Natalia de Luccas (Corinthians). Voltando de um fabuloso desempenho nos JOGOS OLÍMPICOS DA JUVENTUDE de Nanjing (CHI), semanas atrás, ela inclusive venceu problemas de saúde para ficar em segundo lugar na prova, com 27.97.
POUCOS CENTÉSIMOS AFOGARAM NOSSO SONHO (OU NÃO)
A camiseta que as meninas usaram durante o Troféu Brasil (que hoje se chama Troféu Maria Lenk) de 1996 parece ter sido bem atual. Hoje, só três reles centésimos separaram Guilherme Guido (Pinheiros) do índice nos 50 costas deles. Com 23.46, ele quaaaaase chegou lá. Mesmo assim, já tem o índice por causa dos 100 costas. Mas irá também nadar os 50. "Há dois anos atrás (Mundial de Istambul, 2012) eu fiquei em quarto lugar e neste ano vou tentar brigar pela medalha também. A gente vai treinando na temporada de longa. Participamos do Pan-Pacífico e agora é acertar mais os fundamentos mesmo e treinar mais para a curta, porque dá para correr atrás da medalha", disse, confiante, Guido. A prova marcou o retorno ao pódio de Daniel Orzechowski (Pinheiros), que ficou com o bronze com 24.05, só dois centésimos atrás de Fábio Santi (Pinheiros), ou seja, mais um pódio puro-sangue azulnegro.
Já nos 100 peito delas, foram um minuto e dois décimos que separaram Ana Carla Carvalho (Pinheiros) de Doha. Com 1:07.14, ela foi a segunda a tocar na borda, depois da agora recordista de campeonato, a holandesa Moniek Nijhuis (Minas), que fez 1:04.91. O índice era de 1:06.12. Ainda tem os 50 peito sábado, mas é necessário MAIS INCENTIVO pras nossas meninas. Não queremos ver de novo nossas peitistas morrendo na praia.
CARIMBANDO O PASSAPORTE
Mais uma vez não foi o que esperávamos, mas pelo menos Felipe França (Corinthians) continuou no mesmo ritmo, só piorando 9 centésimos do recorde sul-americano feito pela manhã, agora fazendo 56.34. Foi um desempenho muito melhor do que o de César Cielo ontem nos 50 livre, e ratificou seu favoritismo no Mundial de Doha. "Senti um pouco mais de pressão. Acho que foi a responsabilidade de completar a prova em primeiro. Mas consegui, graças a Deus, os fundamentos de excelência e pontuar para o Corinthians. Esses tempos, os dois melhores do mundo neste ano, representam um degrau a mais para mim. Vou voltar no sábado com os 50 peito e depois treinar para subir mais esses degraus", disse França.
O xará Lima (Minas) também carimbou seu passaporte após ter feito 57.99 (o índice era de 58.36). E olha que ele não tinha conseguido vaga para o PAN PACÍFICO. "Tive alguns problemas de treinamento no início deste ano. Acho que esta foi a consequência, ficar fora do Pan Pacs. Agora quero voltar, estou longe ainda da minha forma do ano passado, quando fui medalha de bronze no Mundial (de Barcelona). Estou treinando forte, focado no que quero e as expectativas são muito grandes daqui para o final do ano", disse o matogrossense a Mariana Brochado.
Nos 200 borboleta deles, uma barbada e um regresso. Leonardo de Deus confirmou o carimbo no passaporte para o Mundial nos 200 borboleta, ficando só um décimo pior que de manhã, fazendo 1:53.12. Mas ele pode se abster do certame: "venho de uma competição onde fiz o sexto melhor tempo do mundo em piscina longa (lembremos, ele foi o segundo colocado nesta prova em Gold Coast), e bem próximo do primeiro. Minha prioridade atual é a piscina longa, mas é muito importante nadar bem também na piscina curta. Estou bem cansado e por isso em breve vou decidir se nado no Mundial de Doha, porque minha prioridade são os Jogos Pan-Americanos de Toronto e o Mundial de Kazan", disse. Mas se Léo é dúvida, Lucas Salatta (Unisanta) é certeza! Ausente da seleção desde o Mundial de Roma, em 2009, ele volta a ela após ter feito 1:53.75 (o índice era 1:53.91). "Eu e o meu técnico analisamos a prova e no que a gente podia estar melhorando e graças a Deus eu coloquei em prática tudo que a gente conversou", comemorou Salatta.
A NOVA GERAÇÃO DE NOVO
Quando parecia que Daiene Dias (Botafogo) ia fazer mais um índice nos 200 borboleta, o inacreditável aconteceu: ela se cansou e abriu espaço para Giovanna Diamante (SESI) brilhar (com o perdão do trocadilho) novamente: 2:11.11. Foi o primeiro título absoluto de Giovanna e marcou uma grande "levantada de poeira": ontem ela esteve no revezamento 4 x 200 que só não bateu recorde sul-americano por ter sido desclassificado depois de um erro. "Eu consegui voltar bem. Para mim esta parte da volta era muito difícil e comecei a trainar bastante isso e consegui agora aperfeiçoar-me bem", comemorou. Foi sua melhor marca pessoal.
Para terminar com chave de ouro, por que não um melhor tempo do mundo em piscina curta?? E o responsável pelo grande feito foi Miguel Leite Valente (Minas), a revelação do ano nas provas longas. Ele fez nada menos do que 7:44.84, tempo que será ratificado em poucos dias pela FINA, superando o japonês Yohei Takiguchi (7:49.55). Além de tudo, derrubou um recorde que durava N-O-V-E anos, e pertencia a Armando Negreiros: 7:47.17. "Estou muito feliz de ter batido esta marca, que era forte e por isso durou tanto tempo e ter pontuado para o Minas. Quero agradecer ao meu técnico Eduardo (Almeida dos Santos), porque sem ele eu não estaria neste nível", disse. Ele ainda contou com uma grande fotógrafa, sua mãe, Dona Helga: "ela leva lanchinhos para mim e a galera me zoa por isso, mas me ajuda muito em toda prova que vou".
UM NOVO VICE-LÍDER
A duas etapas do fim do Finkel, o Minas já disparou para o tetra. Mas a disputa pelo vice-campeonato está muito mais intensa. O Pinheiros, com os resultados de hoje, assumiu, por meio ponto, a vice-liderança. Mas nada está definido do segundo para baixo. Vejamos como está o resultado parcial depois de hoje:
E agora, os atletas que estão, até agora, formando a nossa Seleção pro Mundial de Piscina Curta de Doha:
Amanhã, um dia com provas mais quentes: 200 medley, 50 borboleta (com ELE e Nicholas), 400 livre e os revezas 4 x 100 livre. O show tá perto do fim, mas ainda temos de aproveitar!
FLÁVIO BARBOSA (mais arrependido ainda - informações do Best Swimming, da CBDA e do Blog da Swim Brasil e foto de Satiro Sodré)